ESTRESSE, COPING,
BURNOUT
Stress, “no popular” quer dizer qualquer tipo de cansaço
físico ou mental, ou até mesmo alguma irritação do dia-a-dia nos afazeres ou
relacionamentos domésticos, sociais ou profissionais.
Todavia, o estresse, assim como a dor, tem uma função
importante para a saúde e para a própria manutenção da vida.
A dor nos mostra que algo está errado em alguma parte do
corpo. Daí requerer algum tipo de providência. Se não fosse a dor poderíamos
perder parte de nosso corpo sem nos dar conta.
O Estresse é o mecanismo pelo qual nosso corpo, através de
reações fisiológicas, se prepara para enfrentar uma nova situação, seja para se
casar, seja para se tornar pai ou mãe, seja para se tornar órfão, seja na
alegria, seja na dor.
O maior problema não é o estresse em si, mas sim, a
cronicidade do estresse, ou seja, a sua persistência e durabilidade do estado
em estresse.
A vida moderna, a competitividade, empregabilidade,
mobilidade urbana, nosso sistema capitalista de consumo, enfim, até mesmo o
enfraquecimento dos laços conjugais, crescente processo de individualização, banalização
da violência, corrupção desenfreada, agitação, poluição sonora, tudo levando as
pessoas a um estado de tensão quase que permanente. Nosso organismo não foi preparado para isso. São
fatores estressores sobre fatores estressores. Neste ritmo, o organismo humano
não tem tempo para homeostase.
As consequências mais graves envolvem doenças fisiológicas,
físicas e psicológicas. Muitas delas incapacitantes.
COPING:
A forma como algumas pessoas reagem ao ambiente estressor é o
processo de coping.(ou
enfrentamento), entendido como processo, esforço ou forma do indivíduo se inteirar
com o ambiente estressor, de tal forma a buscar um equilíbrio da situação. É resultante da forma de pensar e de sentir o
ambiente estressor no momento de sua vida em que enfrenta determinadas
situações. Estes sentimentos, valores, podem mudar com o decorrer do tempo, daí
o processo de avaliação não ser estático, necessitar de constantes reavaliações
para enfrentamento da situação.
As estratégias de coping,
quando focadas na emoção, busca inibir ou reduzir a sensação física
desagradável (fumar, comer doces, participar de religião, de rituais). Quando
focadas no problema, busca solução externa como tratamento, tomar remédio,
reestruturação de hábitos.
Na verdade, o que se busca com o coping o bem estar da pessoa, com o retorno ao estado de homeostase.
Assim, caso as estratégias não sejam suficientes para amenizar ou eliminar a
causa estressora, o indivíduo poderá entrar em estado de exaustão.
BURNOUT:
Já o burnot, não
deixa de ser uma estratégia de enfrentamento de problemas, porém de forma desadaptativa,
notadamente relacionado ao ambiente de trabalho.
Nos termos do decreto 3.048 de 6 de maio de 1999, o Brasil
tratou a Síndrome de Burnout como sinônimo de Síndrome de Esgotamento
Profissional,ao classificá-la junto aos Transtornos
Mentais e do Comportamento Relacionados com o Trabalho.
A Síndrome de Burnout , um tipo de síndrome ocupacional advindo
da reação à tensão emocional crônica próprio de atividades onde o profissional mantém
relação constante e direta com outras pessoas, tais como médico, professores,
policiais, etc. que se caracteriza pela exaustão emocional resultante das
características individuais da pessoa em combinação com o ambiente
organizacional da empresa e com as demandas do ambiente familiar e social.
Dentre os fatores que contribuem para o desenvolvimento da Síndrome
de Burnout está o ambiente
hierarquizado de trabalho onde há pouco
espaço para o exercício da autonomia para
o desempenho profissional, somando-se aos problemas de relacionamento com
superiores hierárquicos, com colegas de trabalho, com clientes ou com o
público, mais os conflitos familiares, sentimento de baixa estima e sensação de
desprestígio social.
Em consequência, a pessoa
pode chegar sensação de que chegou ao limite, não tem mais nada de si
para dar, incorpora sentimento de fracasso, desilusão, podendo levar ao
isolamento social e de aparente insensibilidade afetiva, obsevando que a
síndrome é resultante do relacionamento do estresse emocional (interior) com o
meio (exterior), ou seja, resultante da interação do emocional com outras
pessoas que compõe o ambiente externo, seja profissional, familiar ou social.
Desnecessário citar os prejuízos pessoais(psicológicos, emocionais,
comportamentais), sociais(separações, divórcios, isolamentos) e organizacionais(absenteísmo,
baixa produtividade, indisciplina, acidentes no trabalho, rotatividade).
CONCLUSÃO:
Quanto ao
relacionamento do estresse com o burnout, podemos afirmar que o estresse é o
primeiro sintoma. Daí a importância de medidas preventivas, adaptativas, para
evitar a sua evolução para sintomas mais graves.
O Coping, é o processo pelo qual o indivíduo buscando meios
de se adequar ao ambiente estressor de forma a solucionar ou minimizar o mal
estar do fator estressante. Nesta fase o indivíduo busca de adequar, reagir.
Enfim, ainda busca solução.
A Síndrome de Burnout já se caracteriza pelo estado
crônico de desalento que afeta de forma
substancial a saúde e a qualidade de vida familiar e social do trabalhador.
Principais consequências:
O Estresse merece cuidados especiais exatamente para evitar
que o corpo de profissionais seja atingido pelas consequências negativas do
ambiente organizacional estressante, dos quais podemos citar as principais
consequências: - Baixa produtividade; - Absenteísmo;- Rotatividade e perda de
mão de obra qualificada (experiente);- Acidentes de trabalho, prejuízos por
decisões erradas.
E Também, consequências negativas no meio social, tais como
isolamento, desagregação familiar (separação, divórcio); desalento, etc.
Podemos classificar as consequências em:
a) Consequências individuais: se
manifesta mediante saúde física e mental, eis que o estresse afeta o sistema
nervoso, o sistema endócrino e imunológico do organismo, causando e
potencializando doenças, notadamente quando o organismo é submetido a situações
estressoras muito prolongadas (cronicidade), intensas ou frequentes, ou, ainda,
quando o indivíduo não possui recursos adequados de adaptação e resistência.
b) Consequências Organizacionais: insta
observar que as organizações são compostas por pessoas. Logo o estresse
organizacional são causadas por pessoas e vitima pessoas com consequências
danosas, também, para a organização.
Dentre as consequências podemos citar
prejuízos decorrentes do aumento do absentismo e da perda de produtividade
devido incremento da taxa de rotatividade (isto é, crescente percentagem de
saídas, voluntárias ou não, de pessoas experientes da organização. Também
merece atenção a quebra de performance dos trabalhadores, prejuízos decorrentes
de erros de produção e o aumento do número de acidentes de trabalho.
Acrescente-se os custos de saúde, pagamentos de indenizações, aposentadorias
compulsórias, etc.
Observo que estresse em sua manifestação inicial, chamado de estado de Alerta, é benéfico, pois ocorre reações fisiológicas que preparam o indivíduo para enfrentar os problemas ou desafios.
ResponderExcluirMas nosso organismo foi feito para entrar em estresse e, passado o perigo, voltar ao estado normal...
O problema é que, na atividade policial, por exemplo, nem bem sai de um estado de Alerta e já entra em outro, seja em função da profissão, das dívidas, do convívio familiar, dos compromisso, do trânsito, do barulho de vizinhos, etc.
Nosso organismo não está estruturado para nos manter em estresse o tempo todo, daí a a cronicidade do estresse, ou seja, a sua persistência e durabilidade.
A cronicidade produz efeitos danosos para a saúde que vai evoluindo, passando pelo Coping e podendo culminar com Bornout, quando a pessoa pode chegar sensação de que chegou ao limite, não tem mais nada de si para dar, incorpora sentimento de fracasso, desilusão, podendo levar ao isolamento social, fica totalmente desalentado, isolado da família, como se mergulhasse em seu mundo interno ignorando o mundo externo.
Daí a importância de conhecer os fatores estressores para adotar medidas preventivas.